Ninguém sabe exatamente quem espalhou a notícia, muito menos como comprovar sua veracidade, mas é essa a mensagem que estão repassando: Lady Gaga está acabada. A cantora, muitas vezes responsabilizada pelo crescimento do segmento eletrônico nas rádios por conta do seu disco de estreia, “The Fame”, outrora prometida como o grande nome em potencial pra assumir o posto de Madonna com o título de Rainha do Pop, estaria no fim da sua carreira após cerca de 4 anos em exposição. Estão todos cansados de suas bizarrices, todos cansados de suas polêmicas, até porque agora tem uma Miley Cyrus pra assumir esse espaço na mídia.
Tudo é bem controverso e de certa forma faz relação com aquela nossa matéria sobre o ódio virtual. Você vai dizer X, mas vão desenterrar o que precisarem pra te fazer acreditar que a realidade é Y ou Z. Logo, se você não estiver com a massa, te esmagam até que acredite estar errado, alienado. O segundo disco de inéditas da Lady Gaga, “Born This Way”, de certa forma é o grande culpado por toda essa confusão. O desconto concedido pela loja Amazon em sua semana de lançamento o tornou um dos maiores lançamentos pop dos últimos anos, rendeu mais de um milhão de cópias vendidas, e isso incomoda muita gente. Incomodou até a Billboard, que mudou as regras de suas paradas pra garantir que discos não seriam lançados por menos de US$1 nos anos seguintes, mas ao mesmo tempo que o álbum mantinha os números de Gaga láaa em cima, ele desgastava seu nome e imagem de uma forma tão eficiente quanto os tão pretensiosos artigos do Perez Hilton. Pretensão, taí a palavra. O álbum, assim como toda essa onda de ódio e suposta perseguição envolvendo a Lady Gaga, é bem pretensioso.
Confiante do seu talento e, o principal, mantendo o voto de confiança de sua gravadora, a Interscope Records, que ainda a tinha como sua principal atração, Lady Gaga não se deixou abater pelas críticas conquistadas desde que o primeiro single de “Born This Way” chegou às rádios e foi isso o que tornou todo o disco ainda mais arriscado. Foram cinco singles com videoclipes, uma turnê mundial e, mesmo que as paradas e rádios indicassem o oposto, uma grande aceitação entre os críticos especializados no gênero. Mas e então, aonde foi que o disco foi o errado? Por que culpa-lo pelos erros apontados hoje? Simples, tudo isso, as mensagens sobre auto aceitação, os números nas paradas, a ausência nos TOP 10 de rádios ao redor do mundo e até a própria sonoridade e visual, quase que monocromático, do disco geraram sobre o nome dela uma grande áurea obscura, pesada, significante demais para uma artista pop. Ela queria soar mais relevante, seus fãs, chamados por “monstrinhos”, acreditaram nessa relevância e, por mais que ela nem fosse tão real no mundo fora de seu universo pessoal, com tanta gente dando crédito ao seu nome, ela acabou por realmente parecer maior do que era. Tirem as Britneys, Christinas e Katys do caminho, nenhuma delas se comparam a Lady Gaga, mas só exijam que essa última faça coisas tão grudentas e radiofônicas quanto as outras, afinal, não estamos colocando-a em exposição a troco de nada.
O mais interessante nisso, porém, é o fato desse fantasma que a persegue ser quase que um clichê entre ícones pop. Madonna foi vista como desesperada por atenção quando lançou o clipe de “Like A Prayer”, Britney Spears fez do assédio seu melhor disco, “Blackout”, após surtar ao ponto de agredir paparazzis e raspar seu cabelo, Michael Jackson também era perseguido e precisou lidar com acusações como pedofilia e racismo, todas “absolvidas” só após sua morte, e ainda tem a Rihanna, um ícone pop moderno?, que também cantou sobre isso em “Question Existing”, faixa do CD “Good Girl Gone Bad”, onde lamenta não ser a mesma dentro e fora do palco e canta, entre tantos versos, sobre “eles” desejarem te ver perder.
A gente não vê tão próximo o fim de Lady Gaga. Pelo contrário, ela está é numa busca pra resgatar aqueles que torceram o nariz para o peso que ela colocou em seu “Born This Way” e tem sido bem sucedida nesta missão. Suas letras, seus figurinos, suas performances, tudo caminha para uma ideia mais atraente, mais chamativa, o que logo deve surtir algum efeito. Para os que procuram pela arte no cd, a gente já deixou bem claro aqui que ela existe e está no pop incluso nele, pop pelo qual Gaga se assume uma aluna e não professora. E, quanto aos boatos sobre ser esse seu fim, preferimos dar como certo depois que todas essas pessoas que dedicam seu tempo falando sobre sua irrelevância realmente passem a trata-la como tal, no caso não dando atenção alguma. Entretanto, que a verdade seja dita, muito bom também seria se a própria passasse a temer menos todos esses monstros (no caso, não seus fãs) e deixasse um pouco desta obsessão em ver seu nome sendo assunto a todo momento, afinal, assim como há pessoas para aplaudí-la, também haverão os dispostos a vaiá-la.
Tudo é bem controverso e de certa forma faz relação com aquela nossa matéria sobre o ódio virtual. Você vai dizer X, mas vão desenterrar o que precisarem pra te fazer acreditar que a realidade é Y ou Z. Logo, se você não estiver com a massa, te esmagam até que acredite estar errado, alienado. O segundo disco de inéditas da Lady Gaga, “Born This Way”, de certa forma é o grande culpado por toda essa confusão. O desconto concedido pela loja Amazon em sua semana de lançamento o tornou um dos maiores lançamentos pop dos últimos anos, rendeu mais de um milhão de cópias vendidas, e isso incomoda muita gente. Incomodou até a Billboard, que mudou as regras de suas paradas pra garantir que discos não seriam lançados por menos de US$1 nos anos seguintes, mas ao mesmo tempo que o álbum mantinha os números de Gaga láaa em cima, ele desgastava seu nome e imagem de uma forma tão eficiente quanto os tão pretensiosos artigos do Perez Hilton. Pretensão, taí a palavra. O álbum, assim como toda essa onda de ódio e suposta perseguição envolvendo a Lady Gaga, é bem pretensioso.
Quando apresentou o álbum, talvez o objetivo dela fosse soar relevante. Ela não queria mais cantar sobre sua “Poker Face”, muito menos pedir que seus fãs “Just Dance”, mas ainda era assombrada pelo fantasma dos seus grandes hits, como “Bad Romance”. Tudo isso, somado a sua obsessão por seu próprio nome e a forma com que ele deve, em sua cabeça, impactar o mercado, fez com que ela surgisse então com a tal grande produção. “Born This Way” não é um álbum ruim, muito menos mal estruturado, mas vinha sem os principais elementos que tornaram a menina de Nova York mainstream. Onde estavam as rimas fáceis? As sílabas repetidas no refrão? As batidas dançantes e, bem, atuais? Quem ela pensa que é pra tentar ganhar as rádios com essas guitarras? E aquela baladinha com sample de Queen?! Isso sem contar no famigerado plágio da Madonna.
Confiante do seu talento e, o principal, mantendo o voto de confiança de sua gravadora, a Interscope Records, que ainda a tinha como sua principal atração, Lady Gaga não se deixou abater pelas críticas conquistadas desde que o primeiro single de “Born This Way” chegou às rádios e foi isso o que tornou todo o disco ainda mais arriscado. Foram cinco singles com videoclipes, uma turnê mundial e, mesmo que as paradas e rádios indicassem o oposto, uma grande aceitação entre os críticos especializados no gênero. Mas e então, aonde foi que o disco foi o errado? Por que culpa-lo pelos erros apontados hoje? Simples, tudo isso, as mensagens sobre auto aceitação, os números nas paradas, a ausência nos TOP 10 de rádios ao redor do mundo e até a própria sonoridade e visual, quase que monocromático, do disco geraram sobre o nome dela uma grande áurea obscura, pesada, significante demais para uma artista pop. Ela queria soar mais relevante, seus fãs, chamados por “monstrinhos”, acreditaram nessa relevância e, por mais que ela nem fosse tão real no mundo fora de seu universo pessoal, com tanta gente dando crédito ao seu nome, ela acabou por realmente parecer maior do que era. Tirem as Britneys, Christinas e Katys do caminho, nenhuma delas se comparam a Lady Gaga, mas só exijam que essa última faça coisas tão grudentas e radiofônicas quanto as outras, afinal, não estamos colocando-a em exposição a troco de nada.
Lady Gaga queria ser tratada como uma popstar diferente e assim passaram a trata-la. Mas até aonde ceder ao seu luxo é realmente saudável a sua imagem? Desde então, passaram a cobrá-la como se fosse uma nova espécie de artista, não sujeita a erros, e está aí a grande crueldade da mídia e seus seguidores, que sempre esperam que ela não erre, não lance um single ruim, não desafine, não “se dê mal” nas vendas, mesmo que o que eles consideram mal pra ela seja o comum e/ou mediano para outras artistas do mesmo escalão. Lady Gaga é uma artista incrível, talvez a mais talentosa de todas essas grandes divas da atualidade, e está acabada, em seus momentos finais.
Em seu último disco, “ARTPOP”, a cantora dá alguns passos pra trás em busca do seu grande erro. Voltam as batidas dançantes, as rimas fáceis, as sílabas repetidas, mas com a adição de sangue fresco para as rádios, como aquele DJ de 19 anos, o Madeon, e o outro novato mas já chamado por aí como hitmaker, Zedd. Até a capa, composta pela obra do Jeff Koons, é a mais atraente e colorida de sua breve carreira. Particularmente, nem é o meu disco favorito dela (título pertencente ao EP “The Fame Monster”, mais por razões sentimentais que qualitativas em si), mas de bem mais fácil digestão do que o “Born This Way” e está aí o seu trunfo, visto que ele consegue ser um ótimo material, mesmo que com um objetivo obviamente traçado.
Seja como for, nem o ótimo disco, um dos mais legais pop desse ano, ou o último clipe dela, “Applause”, serviram pra convencer a parte manipuladora da mídia — em sua grande parte fruto dos aprendizados do Perez Hilton, que descobriu da pior forma possível que assediá-la negativamente traz um ótimo retorno, numericamente falando — que já estava na hora de tirá-la da cruz. E foi assim que a primeira semana de vendas do álbum, com 258 mil cópias vendidas nos EUA (e um debute no primeiro lugar da Billboard Hot 100), nos ~sinalizou~ o fim de sua carreira.
Se querem números, eles tem muitos. A estreia da Britney Spears, há quantos 14 anos?, com o “...Baby One More Time”, Madonna e seu “Ray of Light”... exemplos de grandes estreias é o que não faltam. Só se esquecem da forma com que a internet tornou tudo tão mais acessível nos dias de hoje, além de poucas artistas realmente venderem nesta indústria atual, salvo fenômenos como a britânica Adele e o seu tão supervalorizado “21”, e então preferem omitir outros quinhentos que rolaram de lá pra cá, como o “Femme Fatale” da Britney (276 mil cópias em sua semana de estreia), “Talk That Talk” (198 mil) e “Unapologetic” (238 mil) da Rihanna, e até exemplos mais recentes, tipo o “Bangerz” (270 mil) da Miley Cyrus e “Prism” (286 mil) da tida como grande rival de Lady Gaga nos últimos meses, Katy Perry. De certo, todos números bem próximos da estreia do “ARTPOP”, não?
O mais interessante nisso, porém, é o fato desse fantasma que a persegue ser quase que um clichê entre ícones pop. Madonna foi vista como desesperada por atenção quando lançou o clipe de “Like A Prayer”, Britney Spears fez do assédio seu melhor disco, “Blackout”, após surtar ao ponto de agredir paparazzis e raspar seu cabelo, Michael Jackson também era perseguido e precisou lidar com acusações como pedofilia e racismo, todas “absolvidas” só após sua morte, e ainda tem a Rihanna, um ícone pop moderno?, que também cantou sobre isso em “Question Existing”, faixa do CD “Good Girl Gone Bad”, onde lamenta não ser a mesma dentro e fora do palco e canta, entre tantos versos, sobre “eles” desejarem te ver perder.
A gente não vê tão próximo o fim de Lady Gaga. Pelo contrário, ela está é numa busca pra resgatar aqueles que torceram o nariz para o peso que ela colocou em seu “Born This Way” e tem sido bem sucedida nesta missão. Suas letras, seus figurinos, suas performances, tudo caminha para uma ideia mais atraente, mais chamativa, o que logo deve surtir algum efeito. Para os que procuram pela arte no cd, a gente já deixou bem claro aqui que ela existe e está no pop incluso nele, pop pelo qual Gaga se assume uma aluna e não professora. E, quanto aos boatos sobre ser esse seu fim, preferimos dar como certo depois que todas essas pessoas que dedicam seu tempo falando sobre sua irrelevância realmente passem a trata-la como tal, no caso não dando atenção alguma. Entretanto, que a verdade seja dita, muito bom também seria se a própria passasse a temer menos todos esses monstros (no caso, não seus fãs) e deixasse um pouco desta obsessão em ver seu nome sendo assunto a todo momento, afinal, assim como há pessoas para aplaudí-la, também haverão os dispostos a vaiá-la.
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