Porém, conforme a competição foi andando e chegando finalmente às fases dos liveshows, eu já havia cansado daquilo tudo.
Phillip Phillips era ótimo no programa? Sim. Mas ao mesmo tempo era muito monótono, não tinha presença de palco, se limitava sempre a ficar parado e dedilhando seu violão. Isso sem falar que havia outros concorrentes muito melhores que ele no programa (casos de Joshua Ledet e, claro, Jessica Sanchez - respectivamente, 3º e 2º colocados). Confesso que não entendia como a audiência norte-americana gostava tanto dele assim, para não ter estado uma única vez sequer entre os menos votados do programa. E quando ele ganhou então, eu fiquei muito desapontado, por mais que amasse o winner single dele e, talvez, tenha sido o melhor já criado no programa (e que viria ser um smash hit mais tarde).
Mas ok, o tempo foi passando e eu ainda tentando digerir isso tudo, quando de repente, "Home" (que deveria ser apenas seu single enquanto campeão do American Idol) consegue um estrondoso sucesso nas paradas, muito em função de ter sido o tema da delegação norte-americana nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.
Na sequência, aproveitando o gancho do sucesso da faixa, ele lança seu álbum de estreia, o "The World from the Side of the Moon" e meio que sem vontade alguma, resolvi ouví-lo. Para minha maior surpresa e susto, achei que estava ouvindo algo entre Mumfords and Sons e Dave Matthews Band, de tão parecido que achei. Mas reconheci o timbre do PP de cara e acabei simpatizando logo e pude ouvir e enxergar enfim, o Phillip Phillips que era tão comentado e queridinho na época do American Idol. O álbum me virou num 360, e fui de hater em potencial à fã.
Mas chega de historinha, blah blah blah e vamos ao que interessa: nos aprofundar no "The World from the Side of the Moon" e quem sabe, fazer com que assim como eu, mais pessoas que não o curtiam ou não o conhecem, passem a fazê-lo. E para aqueles que já gostam, poderem opinar, concordando ou não com o que será dito logo abaixo, afinal, o It Pop! é uma democracia, minha gente! Confiram:
1) "Man On The Moon"
A faixa que abre o álbum seria uma mistura de folk com doses de pop-rock, cercada de instrumentos de corda e uma bateria ao fundo, dando a dinâmica da canção, abrindo espaços para um Phillip Phillips numa vibe meio Dave Matthews Band logo de cara. Isso sem contar no saxofone ao fundo. É um bom começo pro álbum, afinal, dita o ritmo do que te espera.
2) "Home"
Esta é uma canção que a princípio seria apenas o winner single do campeão do American Idol e lançada de forma totalmente despretensiosa. Lembro inclusive do PP falando que não gostava muito dela, pois ela não era o que gostava de cantar. Daí, por obra do destino, resolvem usá-la como tema dos atletas que representariam os EUA nas Olimpíadas de Londres. E a partir disso, se tornou brilhantemente o grande sucesso da vida do Phillip. E mais: foi uma das mais estáveis do ano no iTunes e na Billboard, permanecendo no Top 10 desde que entrou, obtendo assim, certificado duplo de Platina. Um feito digno de palmas!
3) "Gone, Gone, Gone"
Escolhida como segundo single do álbum, esta é uma das poucas canções em que Phillips não trabalhou na composição. Falando sobre um amor que está partindo, é uma das ótimas faixas do álbum e na minha opinião, a escolha mais correta para suceder "Home". "Gone, Gone, Gone" é uma canção grandiosa, facilmente audível e encaixa super bem no álbum. Algo me diz que se bem divulgada, será um sucesso tão grande quanto o lead single. E ah, espero que Glee faça sua versão para ela. Seria bacana!
4) "Hold On"
Aqui, temos uma canção 100% do Phillip Phillips, assinando composição e produção da faixa, que soa em si, como um híbrido de Mumford and Sons e Dave Mathews, por conta dos violões e até violinos que podem ser ouvidos por toda parte, dando a cobertura para a voz de PP se destacar por cima das batidas da faixa.
5) "Tell Me A Story"
Mostrando um lado mais sentimental, Phillips nos traz uma baladinha muito bonita e suavemente matadora com esses instrumentos de corda, que ele utiliza muitíssimo bem no álbum todo.
6) "Get Up Get Down"
Finalmente, na metade do álbum, temos um registro que dissipa todas as semelhanças possíveis com Dave Matthews ou até Mumfords and Sons. "Get Up Get Down", é uma faixa uptempo, que de certa forma surpreende muito e foge um pouco da sonoridade (mas no bom sentido) das outras 5 ouvidas anteriormente. Ótima faixa que gostaria de vê-lo fazendo ao vivo!
7) "Where We Came From"
Voltada para o pop-rock, a baladinha midtempo que seria o segundo single do álbum e acabou sendo preterida de última hora, é minha preferida no "The World from the Side of the Moon", e uma das mais incríveis. Sólida, bem construída, radiofônica, com um refrão grande e empolgante, que dá vontade de cantar junto. Isso tem que ser single pra ontem!
Com a assinatura de Phillips, "Drive Me" é uma canção que flerta com o rock. Embora a ache apenas ok, é umas das que me agradam bastante também, pois transita por um lugar fora da zona de conforto dele, dando ênfase ao seu poder vocal. O aspecto de rock nesta fase do álbum definitivamente me pegou de surpresa.
9) "Wanted Is Love"
Outra baladinha, "Wanted Is Love" é uma bela declaração de amor, muito bem cantada por PP e seu ótimo timbre rouco. Sabe aqueles programas de reconciliação entre casais na tv? Pois bem, essa faixa se encaixaria perfeitamente neles.
10) "Can't Go Wrong"
Após transitar por faixas que diferiam do trabalho e de comparações, cá voltamos nós com "Can't Go Wrong", música escrita por Phillips, mas que entraria facilmente no repertório do "Babel" (melhor álbum do ano, de acordo com o Grammy), do Mumford and Sons. Mas vale salientar que isso não a impede de ser uma grande canção.
11) "A Fool's Dance"
Olha, não queria dizer isso, mas as comparações voltaram mesmo. E essa faixa é mais uma confirmação. "A Fool's Dance", é a cara de algo que o Dave Matthews faria, porém, aqui vale o mesmo comentário feito acima: isso não a impede de ser uma grande canção.
12) "So Easy"
Fechando o álbum, temos uma baladinha não composta por Phillips. Porém, é uma linda música, que embalaria uma relação facilmente e que eu adoraria tocá-la a beira de uma fogueira no campo (isso se eu soubesse tocá-la, cantar e não fosse tão urbano). Mas enfim, "So Easy" traz um PP mais contido, doce e com direito a um falsete bonitinho antes do refrão, sendo uma excelente maneira de encerrar os trabalhos de um ótimo álbum de estreia em grande estilo.
Resumindo: "Não julgue um participante de reality show musical negativamente, pelo menos, não até o primeiro álbum lançado." Dito isto como um mantra, vamos lá! "The World from the Side of the Moon" é um álbum muito condizente e verdadeiro ao candidato que conheci no American Idol ano passado. E arrisco-me a dizer, que este é sem dúvida, um dos álbuns de estreia mais brilhantes de um campeão do American Idol já lançado na história. Por mais que em algumas faixas, Phillip Phillips se assemelhe muito à artistas já consagrados, como Mumfords and Sons e Dave Matthews, representando um desafio e tanto para ele na busca em ser relevante, por outro lado, não isso não é tão ruim, e nem acho que é uma questão de falta de identidade e tal, pelo contrário: aceitando ou não, o som dele é esse e pronto. E as semelhanças entre a sua voz e a de Dave são assustadoras, mas isso é uma coisa boa. A respeito delas, inclusive, PP disse que não se importa: "As pessoas vem me dizer isso de vez em quando. Eu tomo isso como um elogio. Ele é um dos meus cantores favoritos, uma inspiração desde cedo e é um prazer ter a chance de ser comparado com ele."
Para encerrar, Phillip Phillips entrega neste primeiro álbum um registro poderoso e surpreendentemente forte. Só precisa se certificar que é um caminho longo até a Lua, porém, com este álbum num todo, ele está no caminho certo e a passos largos para atingir seu objetivo: o Mundo ao Lado da Lua. E da melhor forma possível: com boa música.
Fonte: It Pop!