O
Lado Bom da Vida conta a
história de Pat Solitano (Bradley Cooper), um interno numa instituição para
tratamento de deficientes mentais que saiu com a ajuda da mãe. Pat está lá por
um erro do passado que desmoronou toda a sua vida, e agora ele tenta consertar
esse erro e voltar para sua ex-mulher, Nikki (Brea Bee). Nesse meio tempo, ela
conhece Tiffany (Jennifer Lawrence – a nova queridinha de Hollywood que tem
futuro), uma compulsiva sexual/viúva/também louca que é amiga de Nikki e
ajudará Pat a se conciliar com a ex, já que ele é proibido pela justiça de se
aproximar de Nikki.
A primeira metade do filme
é o drama, só que não funciona. Os motivos: Cooper em nenhum momento consegue
encarnar o problema que tem (isso não é spoiler, se ele tava numa clínica para
deficientes mentais é porque tem algum problema), e ainda se acha engraçado, só
que não é. Ele
tenta a todo o momento ser frenético e inquieto para dar ênfase à sua
instabilidade, mas acaba irritante. Aí vamos conhecer sua família, a mãe (Jacki Weaver) funciona, e é um
bombom na tela, super fofa. O pai, o veterano Robert De Niro parece não saber o
que faz ali, com seu personagem patético cheio de supertições mais patéticas
ainda e muito, mas muito mimimi. Ter um pai desses tinha que terminar sendo
doido mesmo.
Na segunda parte entra Jennifer
Lawrence, e o drama passa para uma comédia romântica com gosto de soro caseiro.
Lawrence em nem um segundinho passa a tarada que seu papel é. Depois, ela é
artificial e besta, mas tem carisma e timing, por isso a onda de fãs que a amam
(Guilherme Tintel, cof cof cof) e os prêmios pela atuação (como o Globo de Ouro
de “Melhor Atriz – Musical Comédia” ???). Entre as cinco atrizes que concorrem
ao Oscar da categoria (Emmanuelle Riva – Amor,
Quvenzhané Wallis – Indomável Sonhadora,
Naomi Watts – O Impossível, Jessica
Chastain – A Hora Mais Escura) Lawrence
é, de longe, a mais fraca, e caso venha a ganhar esse Oscar, perderemos a fé na
raça humana. Nessa parte também somos bombardeados com aspas “piadas” aspas a
todo o momento, porém nem um risinho consegue causar. Aqui a relevância de
Cooper sucumbe a “zero” e Lawrence carrega o filme (e, já que ela não consegue
encarnar o papel, para que serve conduzir o filme mesmo?).
Aí surge do nada um
concurso de dança que Pat é obrigado pela Tiffany a participar, [SPOILER] e a partir daí já fica óbvio, evidente, gritante que os dois terminarão juntos [/SPOILER], então se você
quiser parar de assistir ao filme aqui, já pode. Depois entra muuuuito blá blá
blá sobre futebol americano que eu não me recordo de uma linha e parece que O.
Russell está testando nossos limites e nossa paciência. O filme concorre ao
todo em absurdas oito categorias: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator –
Bradley Cooper (???), Melhor Atriz – Jennifer Lawrence (??? – again), Melhor
Ator Coadjuvante – Robert De Niro, Melhor Atriz Coadjuvante – Jacki Weaver,
Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Montagem.
O
Lado Bom da Vida é nada
além do que um desrespeito à inteligência do expectador (expliquem-me o quão ridícula
foi a cena de Pat acordando os pais de madrugada porque ficou revoltadinho com
o final de um livro, EXPLIQUEM-ME), que pouca coisa funciona e que, se não
estivesse na lista do Oscar, poderia passar despercebido sem maiores dores. Um
filme amarradinho como milhões de outros por aí, que não acrescenta nada de
novo, não diverte, só irrita. E podem ter certeza: seu lugar na Sessão da Tarde
já deve estar garantido, e esse é o lado ruim da vida.
Últimas reviews:
- A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow.
- As Aventuras de Pi, de Ang Lee.
- Amor, de Michael Haneke.
- Argo, de Ben Affleck.
- Django Livre, de Quentin Tarantino
- Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin.
- Lincoln, de Steven Spielberg.
- Última Oscar Review: Os Miseráveis, de Tom Hooper, sexta, 22/02.
- Fonte: It Pop!